Não é tão difícil entender porque Movimento dos Sem Terra é marginalizado no Brasil, levando em conta que existe uma grande elite pouco interessada nos ideais da Reforma Agrária exigida por esses lutadores. É uma elite que está no Executivo, no Legislativo, no Judiciário e em nos nossos lares, no que a mídia tenta passar.
Vejamos uma reflexão importante sobre isso:
(...) Assim, a lei vai sendo invocada por ambos: uns para mantê-la, outros para questionar o seu cumprimento. O direito vai sendo subvertido e a justiça ficando de um lado só, o lado do direito reivindicado pelas elites. Muitos magistrados são capazes de dar reintegração de posse a um representante da elite que não possui titulo de domínio de uma terra que é sabidamente pública. Como tal, sendo pública ela não é passível de reconhecimento de posse. Entretanto, a justiça cega não vê porque não quer. Mas, muitos magistrados apenas vêem quando os camponeses em luta abrem para a sociedade civil a contradição da posse capitalista ilegal da terra pela Constituição. Neste momento, o direito é abandonado e a justiça vai se tornando injustiça. aqueles que assassinam ou mandam assassinar estão em liberdade. Aqueles que lutam por um direito que a Constituição lhes garante, etão sendo condenados, estão presos. Repetindo, é a subversão total do direito e da justiça.
A luta e a própria Reforma Agrária vão para o banco dos réus. Os camponeses processados e condenados, Instaura-se em nome do rigor do cumprimento da lei, a velha alternativa de tornar os presos políticos em réus comuns. Aliás, de há muito neste país, história e farsa, farsa e história se confundem ao olhos dos mortais. Por isso, "por defender a implantação da Reforma Agrária no Brasil, 17 trabalhadores rurais ligados ao MST foram detidos em todo país. Em uma manobra para intimidar o Movimento, instâncias judiciais emitem mandados de prisão e abusam do seu poder. A detenção de cada um desses trabalhadores representa a prisão de todos os sem terra do Brasil, tratados como fora-da-lei por lutarem contra o latifúndio e pela terra".
Ariovaldo Umbelino de Oliveira - Barbárie e Modernidade : As transformações no campo e o Agronegócio no Brasil. Terra Livre: São Paulo. Ano 19.v.2.n.21. Pg115, 2003.
Bem, é curioso saber que quem a sociedade anda elegendo forma uma bancada de opressão sobre os mais desfavorecidos. Precisamos repensar toda nossa estrutura, porque a aplicabilidade de nossas leis adam pouco credibilizadas e a sociedade anda mais enferma que nunca. A insatisfação é visível e poucos são os que tem coragem de lutar, denunciar, e de até mesmo de se pronunciar.
E você ? Tem algo a falar ?
Fique a vontade ...
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